Li em tempos, no X, que a única forma de se ultrapassar um relacionamento, é com tempo, música e terapia. Efetivamente, julgo que quem escreveu isso, tinha razão. Já se passaram quase 6 meses, e embora muitas coisas ainda pareçam estranhas, já não estou, como estava em setembro. Estou a ver as coisas com mais clareza, ou de outro prisma. Quem sabe, a ficar ainda mais maduro. Ou indiferente.
Só sei, que a cada dia que passa, há sempre alguém que me vem contar alguma coisa, enviar-me um print de uma conversa, ou fazer questão de me dizer, que fodeu com o meu ex-namorado (mesmo quando já não tenho nada a ver com isso). Não sei qual é a necessidade destas merdas, mas sinceramente, também prova aquilo que já sabia: que Lisboa é um penico e que os gays são maus - e sem noção. Mas quem me mandou a mim, namorar um Pop Star?
Claro que as coisas são o que são, e a vida não pára, mas isso não quer dizer que não custa. Claro que custa. Custa muito. Não é fácil. Também não é fácil discutir com a minha mãe, por uma merda que ela fez - e eu não gostei - e ela atirar-me à cara "que os teus amigos fazem de ti gato-sapato". Aquilo atingiu-me de tal forma, que não chorei por vergonha. Porque sei que é verdade, porque sei que tenho esse tipo de personalidade, e porque ao fim ao cabo, foi o que meu ex-namorado me fez.
Hoje, começo a entender certas coisas de outra forma. As "bocas" que eram apenas brincadeiras, a minha diminuição enquanto pessoa (física e psicologicamente, falando - que me fez duvidar de tudo, até de mim), as mentiras, os enganos, o beber sem controlo (em jantares com amigos, porque me queria sentir "bem", mesmo quando não estava), ou até mesmo, quando ouvia "não tens de ter ciúmes ou de te preocupar", porque "é só falar", mesmo quando não era/foi. Aliás, houve muitas coisas ditas, que me balançaram. Críticas subliminares, que não tinham uma ponta de verdade, mas que faziam o seu propósito. Faziam-me sentir a pior pessoa do mundo. O "não merecedor" de ter um namorado assim. Cometi tantos erros, que vejo que deixei de ser eu próprio. Como, por exemplo, acumular dívidas colossais, para acompanhar o estilo de vida dessa pessoa, porque caso contrário "iria arranjar outro com mais poder económico e terminar tudo". Embora, no balanço final, vejo que todos os meus medos foram injustificados, porque o namoro chegou ao fim de qualquer forma - mesmo que tenha tentado, todos os dias, mantê-lo à tona.
Hoje também, vejo que um relacionamento não é o que tive. Tem de ser leve. Sem acusações tontas, com o objetivo de desviar a atenção do que se passava nos bastidores. Um relacionamento tem de ser igual, em partes iguais, com responsabilidades iguais. Sem cobranças. Sem necessidade de criar inseguranças, ou ter atitudes estúpidas, que nos deixam tristes, perdidos no olhar, sempre a pensar, que não merecíamos aquela pessoa ou "na sorte que tivemos, e por isso, temos de aguentar tudo, porque é mesmo assim". Um relacionamento não nos deve fazer optar entre nós, e os nossos amigos, ou se preferirem, não serve para nos humilhar com discussões idiotas, em frente de pessoas, que ao fim ao cabo, são a família que escolhemos. E onde, aconteça o que acontecer, nós seremos sempre os maus da fita. Mesmo quando não o somos.
Sim, começo a concluir, que vivi um relacionamento tóxico.